sexta-feira, 12 de julho de 2013

Escolas Steve Jobs

Este texto realmente nos faz pensarmos para onde caminha a educação e as formas de ensinar e aprender!
Vale a pena ler! Obrigada meu amigo Gerson pela divulgação.



Imagine escolas nas quais o principal recurso material utilizado pelos alunos seja um IPad. Projete estas escolas como sendo regidas de forma bastante livre, sem maiores interferências por parte dos professores. O trabalho dos docentes é orientar, tirar eventuais dúvidas e, principalmente, estimular o uso dos aplicativos disponibilizados nos IPads dos alunos.
As escolas em questão funcionariam em horários regulares com início das atividades por volta das 7 e meia da manhã e teriam encerramento previsto para as 18 horas, mas os alunos teriam liberdade de entrar desde que estivessem presentes e ativos entre as 10 e meia e 15 horas, todas as horas além disso seriam opcionais.
Aos gestores caberia acompanhar o fluxo de informações e usos, monitorando a utilização dos IPads de cada estudante para verificar se estão “estudando” com auxílio dos jogos, exercícios, atividades e demais recursos oferecidos em seus tablets. Em caso verificado de algum aplicativo de qualquer área que não esteja tendo utilização regular, substitui-se este software por algum outro, equivalente, que tenha maior penetração entre os alunos, ocasionando o aprendizado do conteúdo de matemática, línguas ou ciências constante no currículo daquele ano letivo.
Isso mesmo, o currículo estará presente nos tablets, através dos jogos e as atividades serão relacionadas aos conhecimentos previstos para cada idade atendida. A diferença é que ao invés de trabalhar no formato tradicional o que se pretende é que nestas escolas o estímulo pelo uso da tecnologia leve os alunos a prolongar as atividades, que serão mais lúdicas e apropriadas ao perfil de “nativo digital” destes estudantes e, com isso, atingir maior interesse, efetividade e melhores resultados quanto a aprendizagem.
Parece ficção científica? Não é. Este projeto conhecido como Escolas Steve Jobs por seus idealizadores irá se iniciar na Holanda a partir de agosto de 2013 em 10 escolas de ensino fundamental (Ciclos 1 e 2) e, segundo pensam estes pioneiros desta ação pedagógica, comandados por Maurice de Hond, deve dobrar de tamanho após o primeiro ano de funcionamento.
Esta ação significa não apenas a adoção radical de instrumentos de tecnologia, especificamente o IPad neste caso, como base do trabalho educacional, mas a modificação da própria estrutura operacional da escola. A produção escrita de textos, por exemplo, fica em segundo plano, privilegiando-se a leitura e a escrita por meio dos tablets da Apple. Conteúdos áridos e complexos de matemática e ciências serão ensejados juntamente aos alunos por meio de jogos educativos e atividades como exercícios utilizando multimídias para facilitar a compreensão, estimular a curiosidade e servir como “degraus” para novos saberes sequenciados de forma lógica. O acompanhamento pelos educadores e pelas famílias será rápido tendo em vista que os dados de utilização dos recursos ficam registrados no sistema e alimentam a base de dados (o Big Data) sobre cada aluno em particular, as turmas específicas e cada escola.
De Hond, o idealizador, partiu para esta ação inspirado pela própria filha, que não tinha nem 3 anos de idade e utilizava o IPad de forma a buscar informações, partindo de jogos e aplicativos lúdicos apropriados para sua faixa etária, aprendendo de modo expontâneo e rápido conteúdos que, segundo seu pai, nos moldes tradicionais, demorariam mais tempo e não teriam a mesma eficácia.
Por enquanto a Holanda prepara esta base futurística de trabalho educacional pautada em IPads, por isso a homenagem que querem prestar os idealizadores da escola ao fundador da Apple, Steve Jobs, falecido em 2011. Há, ainda, questões que certamente serão levantadas por educadores de todo o mundo quanto a sociabilização dos alunos, atividades físicas, utilização de outros recursos educacionais, exposição demasiada ao universo virtual, privacidade dos alunos, qualidade dos aplicativos oferecidos, amplitude de conteúdos ofertados através dos softwares, abandono da escrita com lápis ou caneta, o papel do professor neste novo universo educacional e outros tópicos.
Se dará certo? O tempo nos dirá, mas a princípio o que se anuncia é uma nova escola que certamente irá tropeçar e também terá seus triunfos, pois o caminho que se projeta é muito diferente do cenário educacional em que prevalecem alunos sentados em carteiras a assistir aulas proferidas pelos professores enquanto o universo digital lá fora os chama e conclama a ação e a novos conhecimentos…
Por João Luís de Almeida Machado

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